terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Depoimento de consumidora indignada com o banimento

Governador veta projeto de lei que proíbe uso de sacolas plásticas no PR

Para Beto Richa medida vai contra interesse público.
Lei proibia uso de sacos plásticos no comércio e em órgãos públicos.

O governador do Paraná, Beto Richa, vetou o projeto de lei de autoria do deputado Caíto Quintana, que proibiria o uso de sacos e sacolas plásticas no estado. Na avaliação de Richa, o projeto de lei é contrário ao interesse público porque ocasionaria aumento de preços ao consumidor. A medida foi publicada no Diário Oficial de segunda-feira 23/01.
O projeto foi aprovado em dezembro de 2011 pela Assembleia Legislativa e acabaria com o uso de sacos e sacolas plásticas nos estabelecimentos comerciais e órgãos públicos. A lei autorizaria, apenas, o uso de sacos e sacolas plásticas fabricadas com matérias primas biodegradáveis, derivadas total ou parcialmente de fontes de origem renovável natural.

Segundo o governo, o tipo de sacola estipulado pelo projeto é mais caro e os estabelecimentos comerciais provavelmente não iriam arcar com este custo repassando-o ao consumidor. Além disso, o governo justifica com aspectos ambientais: “O projeto de lei gera no imaginário das pessoas a falsa ideia de que as novas embalagens poderiam ser descartadas sem qualquer dano ao meio ambiente, o que não é verdade. Essas embalagens supostamente biodegradáveis são plásticos oxidegradáveis ou fragmentáveis, que recebem aditivos químicos”, diz trecho do veto.
A política pública mais adequada seria, na visão do professor de Geologia Ambiental da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Renato Eugênio de Lima, associar uma redução gradativa do uso de sacolas plásticas à educação ambiental.
“O investimento tem que ser feito na educação, por outro lado algumas atitudes do governo ajudam a criar uma visão ambiental na sociedade. Esse percurso tem que ser feito passo a passo e uma atitude imediata de proibição não é tão eficaz, mas também eu não vetaria. O interessante é uma redução progressiva, como 20% ao ano”, afirmou o professor.

Fonte: G1

Procon quer garantir oferta gratuita de sacolas plásticas

Sem sacolinhas plásticas, consumidores sofrem nos supermercados de São Paulo

Com a norma que determina a retirada das sacolinhas plásticas dos supermercados paulistas completando cinco primeiros dias, muitos consumidores sofrem, ou porque desconhecem o acordo entre a associação de classe e o Procon, ou pelo esquecimento: sem levar outras sacolas ou caixas de papelão, ficam à mercê dos lojistas, que cobram R$ 0,19 por unidade das embalagens feitas a partir do milho, que são biodegradáveis.

Isso vai acabar, garante Renata Perobelli: após constatar o problema, o Procon decidiu multar os supermercados que não oferecerem alguma alternativa de sacolinha gratuita durante todo o dia. Paulo Arthur Góes, diretor-executivo da entidade, confirmou após os problemas do final de semana que, caso sinta-se lesado, o consumidor deve fazer a denúncia, que levará à investigação por parte dos fiscais e, se o problema for constatado, à eventual punição.

Para ouvir o Podcast, clique aqui

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O Estado de S.Paulo - 30/01/2012

As sacolas plásticas e nossas vovós

Por: Luiz Roberto Peres - Engenheiro, pós-graduado em Engenharia de Saneamento.

Parece que com a proibição da utilização de sacolas plásticas fornecidas pelos supermercados do Estado de São Paulo estaremos voltando ou regredindo ao tempo das nossas vovós, que faziam suas compras nas vendas e empórios utilizando-se das sacolas de panos, palha ou de bambu. Estávamos, entretanto, vivendo os anos 40, 50 e 60, onde tudo era mais suave, confortável e dispúnhamos de maior tempo livre. Proibir a utilização de sacolas plásticas em pleno 2012 é a grande incoerência destes tempos modernos em que vivemos. O planeta não sai do sufoco com proibições esdrúxulas como esta, mas sim através de processos de educação ambiental, permanente.

Daqui a alguns meses será proibido o uso de papel higiênico. Os eco-xiitas irão propor substitui-lo por folhas de plantas vegetais na higiene pessoal nos banheiros das residências. Proibir embalagens plásticas do leite pasteurizado, substituindo por garrafas de vidro, ressuscitando as velhas leiterias que vendiam leite cru in natura a granel sem qualquer procedimento higiênico. E outras proibições virão certamente. As primeiras vítimas serão as donas de casa que perdem as sacolas como alternativa para embalar o lixo doméstico. Os supermercadistas a curto prazo terão enormes dificuldades em manter estoques de caixas de papelão (contaminadas certamente) para atender a clientela. As sacolas biodegradáveis vendidas à R$0,19 serão inúteis pois não existe sistema de compostagem orgânica no país capaz de degradá-las. A pessoa sem veículo próprio, compra 2 ou 3 itens e sai carregando feliz da vida uma incomoda caixa de papelão? A solução da APAS em acordo com os municípios não tem força de lei. Por isto o Tribunal de Justiça suspendeu as proibições nas cidades de Rio Preto e Jacareí. As decisões cabem ao Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) ligado ao Ministério do Meio Ambiente, que é o orgão consultivo e deliberativo de toda legislação no território nacional. O Brasil caminha no sentido de abandonar definitivamente os aterros de resíduos sólidos, substituindo-os por usinas incineradoras produtoras de energia elétrica limpa. Enquanto isso não ocorre, as sacolas, garrafas pets e demais resíduos devem sim serem depositados em aterros apropriados.

A natureza é pródiga em responder às agressões. Ela defende-se sozinha. Vejam o caso do recente vazamento do poço da British Petroleum, no Golfo do México. Os eco-xiitas mundiais esbravejaram que levaríamos ao menos 50 anos para limpar toda a contaminação. A realidade mostrou que em apenas 5 meses, as bactérias e fungos marinhos se alimentaram intensamente do petróleo e seu sais ali vazados, limpando totalmente aquela região do planeta. Devemos cruzar os braços e assistir todas estas agressões ao meio ambiente? Claro que não. Temos que ter posturas sérias de ações reais contra a degradação ambiental e recuperação de áreas degradadas atuais. Não perder tempo com cantilenas de aquecimento global e sufoco planetário. Que aquecimento é este onde as temperaturas médias dos oceanos nos últimos 15 anos diminuíram 5 graus célsius? E os engodos do bug do milênio, camada de ozônio, derretimento das calotas polares e agora das sacolinhas plásticas? A quem interessa estas inverdades cientificas? Afinal, os custos das sacolinhas estavam embutidas nos preços finais dos produtos? Enfim, nós consumidores vamos arcar com mais um custo ou gasto provocado por lobbies e “paladinos” da ecologia.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Leis sobre sacolas plásticas são questionadas no Judiciário

Diversas leis estaduais ou municipais têm sido criadas nos últimos anos para banir o fornecimento das sacolas plásticas nos estabelecimentos comerciais. No entanto, alguns exageros de certas medidas, além da competência da União e dos estados para legislar sobre temas ambientais, levam associações e entidades a questionarem as leis na Justiça. Desde ontem, os supermercados de São Paulo não fornecem mais as embalagens, mas a medida é resultado de um acordo assinado por associação que engloba diversas redes e não tem força de lei.
A mais nova regra sobre o tema é de Recife. A Lei n. 64, de setembro de 2011, foi aprovada pela Câmara municipal da cidade e estabelece que os hipermercados, supermercados, mercados e estabelecimentos congêneres deverão disponibilizar caixa preferencial aos consumidores que utilizarem sacolas retornáveis. Os estabelecimentos não poderão utilizar os mesmos caixas já reservados para idosos, portadores de necessidades especiais, gestantes e pessoas com criança de colo.
O não cumprimento da lei traz penalidades, aplicadas sucessivamente, como advertência, multa no valor de R$ 1 mil, aplicada em dobro a cada reincidência, até o máximo de duas, interdição da atividade e fechamento do estabelecimento e até cassação do alvará de licença.
Para advogados, no entanto, a imposição de criar um caixa reservado interfere na atividade comercial privada, gera custos extras e pode inclusive ser inviável em pequenos mercados. Além disso, não caberia à câmara municipal propor a lei.
A questão da competência também é sempre contestada. Segundo o advogado Gustavo Gonçalves Gomes, sócio do setor contencioso cível do Siqueira Castro Advogados, a Constituição Federal prevê a competência da União ou dos estados para legislar sobre assuntos relacionados ao meio ambiente. "A interpretação das leis, em sua maioria municipais, leva à conclusão de violação da Constituição. Há sim grande possibilidade de a inconstitucionalidade ser reconhecida nessas medidas", afirma.
Foi com esse argumento que a Lei 2.483-A/2010, de São Vicente, foi julgada inconstitucional, em julho de 2011, pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo por vício de iniciativa e de violação do pacto federativo. A prefeitura recorreu e a briga continua na Justiça.
A lei de São Paulo foi suspensa por liminar após o Sindicato da Indústria de Material Plástico do estado de São Paulo entrar na Justiça. O caso ainda não teve julgamento de mérito e nesta semana, no julgamento de um agravo regimental, a liminar foi mantida.
O argumento utilizado no caso foi o de que a Constituição do Estado de São Paulo limita a autonomia dos municípios para a regulação de matéria envolvendo a proteção do meio ambiente. Foram citadas decisões em ações de inconstitucionalidade que derrubaram leis de Guarulhos, Osasco e Jundiaí sobre o uso de embalagens plásticas no comércio.
Além disso, o sindicato alega que estudos demonstram que não existe tecnologia que garanta a substituição das sacolas de plástico por produtos que tragam menos prejuízos ao meio ambiente. A Lei n. 15.374/11 não foi precedida de Estudo Prévio de Impacto Ambiental, em desacordo com o artigo 192, parágrafo 2º, da Constituição do estado.
No Rio de Janeiro, o Decreto n. 42.552/2010 determina que supermercados e estabelecimentos comerciais, de médio e grande porte, substituam sacos plásticos por sacolas reaproveitáveis. O prazo para a substituição destas sacolas é de dois a três anos para microempresas e empresas de pequeno porte e para as empresas de médio e grande porte, um ano. A norma institui a distribuição de folders sobre consciência ambiental aos consumidores e concede, para aqueles que optarem por não usar a embalagem tradicional, desconto nas compras. A cada grupo de cinco itens comprados, há abatimento deR$ 0,03 do valor total da compra. A cada 50 unidades de sacolas plásticas devolvidas, o consumidor ganha um quilo de arroz ou feijão.
Belo Horizonte, Jundiaí, Sorocaba, Itu, Monte Mor, Cuiabá, são cidades com projetos semelhantes contra a sacola plástica.

Fonte: DCI - 26/01/2012 - pgA4

Proibição das sacolinhas trará problemas sanitários

O diretor do Instituto Nacional do Plástico (INP), Paulo Dacolina, afirmou que a suspensão da distribuição de sacolas plásticas em hipermercados e supermercados trará problemas sanitários para as cidades. A declaração foi dada durante entrevista ao Jornal da Manhã da rádio Jovem Pan nesta quarta-feira (25), data que marca o fim da disponibilização das sacolinhas tradicionais em supermercados do estado.
Para Dacolina, o acordo não beneficia nem o meio-ambiente, nem o consumidor. “Como as pessoas das periferias ou de menor renda vão tirar dinheiro de seu orçamento para comprar saco de lixo? Jogar lixo fora da embalagem adequada vai gerar um imenso problema sanitário para o país”, questionou.
Levantamento da Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos mostra que o preço dos sacos de lixo em Jundiaí, cidade que proibiu a distribuição das sacolas plásticas, é 238% maior do que o produto de mesma marca em outro município sem a suspensão.
O diretor afirmou ainda que o governo do estado não levou em conta estudos científicos quando assinou o acordo com a Associação Paulista de Supermercados (Apas). “Temos pesquisas que dizem que as sacolas tradicionais são as menos ofensivas ao meio ambiente”.

Fonte: Jornal Ipanema

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Proibição da distribuição da sacola plástica traz custos extras, diz ambientalista

Veja vídeo da TV Globo do Espírito Santo, com depoimento de um ambientalista sobre o banimento das sacolas plásticas. Atente-se ao que ele diz sobre as sacolas biodegradáveis. Faz todo sentido dizer que elas vão acabar estimulando a população a descartar lixo de maneira irresponsável.

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1761582-7823-PROIBICAO+DA+DISTRIBUICAO+DA+SACOLA+PLASTICA+TRAZ+CUSTOS+EXTRAS+DIZ+AMBIENTALISTA,00.html

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

“As sacolas plásticas não são as vilãs do meio ambiente”

O Portal AgroValor entrevistou, com exclusividade, o presidente do Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos (Plastivida), Miguel Bahiense. O engenheiro químico defende que as “sacolinhas de supermercado” não são as vilãs do meio ambiente e, sim, detentoras de um importante papel para a saúde humana.

Portal AgroValor: O senhor é contra ou a favor do uso das sacolas de supermercados? Quando começou a haver esse questionamento?
Miguel Bahiense: Sou totalmente a favor das sacolinhas, pois entendo que o problema não está relacionado ao produto em si (sacolas), mas, sim, ao desperdício dele. Nós do Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos (Plastivida) constatamos que o problema ou questionamento do uso da sacola começou a acontecer em 2007. Nesse período, quando íamos ao supermercado havia sacolas muito finas. Esses estabelecimentos encomendam ao mercado sacolas mais finas, para custar menos. Eles afinaram tanto a sacola para pagar menos, até ela perder extremamente sua capacidade de resistência. O consumidor passou a se comportar da seguinte maneira: se a sacola for fina coloca duas ou três sacolas uma dentro da outra, não utilizando a capacidade total de cada uma delas. Na hora que ele faz isso estará causando um problema para o meio ambiente, que é o desperdício do produto. Por uma necessidade da qualidade da sacola isso acaba ocasionando uma série de prejuízos.

Portal AgroValor: As sacolas são descartáveis?
Bahiense: A sacola não é descartável, ela é reutilizável. Nas casas elas são utilizadas de diversas formas, e uma delas e a principal é para pôr o lixo. Como as sacolas não têm resistência e há certo desperdício, elas têm uma grande possibilidade de se rasgar. Quando isso acontece, de fato, não tem como reutilizá-la. Quando você descarta, (sendo correto o descarte em sistema de coleta seletiva, que as prefeituras no Brasil ainda não possuem com eficiência), as sacolas vão parar no meio ambiente, daí ela é, equivocadamente, acusada de ser a vilã.
A indústria aceitou fabricar a sacola fora de norma; O supermercado demandou a sacola fora de norma; O consumidor a consumiu em excesso e descartou em lugares indevidos; E o poder público é incapaz de coletar ela seletivamente para reciclagem. Para muitos é mais simples você resolver banir esse produto do que cada um desses quatro atores do processo olhar o seu umbigo e resolver o seu problema. A gente não tem que culpar a sacola como um equívoco completo.

Portal AgroValor: O senhor vê alguma saída nesse processo?
Bahiense: Em minha opinião, a única solução para esse problema é o Programa de Qualidade de Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, que funciona desde o início de 2008. Nós [Plastivida] criamos um selo de qualidade que é dado àquelas empresas que fabricam sacolas através das normas da ABNT [Associação Brasileira de Normas Técnicas], e a partir daí a gente foi atrás de signatários do setor e depois fomos atrás da indústria [fabricantes de sacolas] e expusemos esse problema. Também fomos atrás de associações estaduais de supermercados e mostramos a situação. Na hora que conseguimos juntar algumas associações de nove capitais do Brasil e em torno de 10 fabricantes de sacolas do setor, nós passamos a produzir sacolas de acordo com as normas técnicas, isto é, sacolas resistentes para suportarem até 6 kg de compras. As sacolas que têm o selo de qualidade que criamos vêm informando o peso que elas suportam, que pode ser 4, 5, 6 ou 7 quilos, dependendo do tipo de sacola. Há, por sinal, uma rede no Rio Grande do Sul, que se chama Zaffari, que distribui uma sacola que suporta 7 kg. Eu desconheço uma no país que suporte mais. Em média, nos supermercados as sacolinhas suportam até 6 kg de compras.

Portal AgroValor: A Plastivida realiza algum trabalho de conscientização ao uso das sacolas?
Bahiense: Claro. Os supermercados que utilizam sacolas com o selo, nós vamos até esses estabelecimentos signatários e treinamos os caixas e empacotadores, para que eles conversem com o cliente e digam: “nessa loja as sacolas têm qualidade. Você não precisa colocar uma dentro da outra, pois ela suporta 6 kg em compras”.
Esse trabalho sendo feito com as 10 maiores redes de supermercados do país, 5 são signatárias, temos um total de signatários em torno de 20 supermercados. É um trabalho que não necessariamente só pode ser vendido naquelas lojas que são signatárias. Há outras redes que compram diretamente dos fabricantes e fazem esse trabalho.

Portal AgroValor: Como está o consumo de sacolas no Brasil?
Bahiense: Em 2007, quando iniciamos esse programa, o Brasil consumia 17,9 bilhões de sacolas, que é uma quantidade absurda. Isso espanta, devido o desperdício. Finalizamos o ano de 2011 com 12,9 bilhões de sacolas. Conseguimos reduzir 5 bilhões de sacolas, temos que observar que nesses últimos 4, anos o consumo aumentou, as pessoas foram às compras, ou seja, a produção deveria ter aumentado. Com um programa de educação você consegue conscientizar o cidadão, a indústria e o varejo para que isso se torne o mantra dentro do setor e a gente consiga essa redução.

Portal AgroValor: O senhor poderia citar alguns gargalos que impossibilitam a conscientização da população?
Bahiense: Olha só, infelizmente o grande problema é que não são todas as redes que aderem a esse projeto. A gente tem, hoje, em São Paulo, por exemplo, a Associação Paulista dos Supermercados [APAS], que está junto com o próprio Governo do Estado e a Prefeitura lançando uma campanha para que, até o dia 25 deste mês [janeiro], as redes de supermercados do estado deixem de distribuir essas sacolas. Como eles não fazem e não quiseram fazer parte desse programa, qual é o interesse deles? E eu respondo: é meramente econômico. O custo das sacolas plásticas para as redes de supermercados no Brasil é de R$ 500 mi. Na hora que eles eliminam as sacolas esse custo é zerado. Não podemos achar que os supermercados distribuem as sacolinhas gratuitamente. O preço delas está embutido nos produtos. Eu pago por elas. É um direito meu entrar no supermercado e ter minha sacola para carregar as compras. Na hora que eles me tirarem isso, eu vou ter que pagar para ter as sacolas retornáveis. Eles não vão me devolver o dinheiro, pois o preço dos produtos nessas redes não vai baixar e eu vou ter que pagar por essas sacolas retornáveis, que eles mesmos vendem. Inclusive, para pôr o lixo da residência vai ser necessário comprar sacos de lixo, que também são vendidos por eles. O bolso do consumidor acaba sendo bastante prejudicado. As classes A e B terão possibilidade de fazer isso, mas já as classes C, D e E não terão capacidade para isso, eu estou falando de R$ 30 a R$ 40,00 por mês.

Portal AgroValor: O senhor acredita que a parte sanitária será afetada se essa “moda” pegar?
Bahiense: No tempo em que não existia o saco plástico, mais ou menos na década de 70, o lixo era colocado em tonéis de metal. Creio que as pessoas mais pobres vão fazer isso. Eu quando criança, depois que o caminhão do lixo passava e levava os dejetos e deixava o tonel na calçada, minha mãe me mandava lavá-lo com a mangueira, daí vem o desperdício da água. Depois essa água da lavagem ia para o esgoto, que fedia e fazia com que aparecessem ratos, baratas etc.

Portal AgroValor: Há algum estudo que comprove que as sacolas comuns, aquelas utilizadas em supermercados, são mais vantajosas?
Bahiense: Do ponto de vista ambiental, os estudos mostram que as sacolas plásticas são a melhor alternativa em termos de análise de impacto ambiente. Recentemente foi divulgado um estudo em inglês, pela Agencia Ambiental Britânica, que mostrou que de nove categorias ambientais avaliadas, levando em consideração diversas modalidades, como sacolas comuns, biodegradáveis, oxidodegradável, saco de papel... Dessas nove categorias ambientais avaliadas, as sacolas comuns tiveram vitórias em oito, pois são elas que possuem a menor emissão de CO², que é o gás que provoca o efeito estufa. São essas sacolinhas que consomem menor quantidade de matéria prima para serem fabricadas. Então eu pergunto: por que tirar o produto que tem o melhor desempenho ambiental, que é reutilizável, o consumidor já paga por ele, entre outras qualidades?
Resumindo, todos os estudos que eu conheço apontam as sacolas comuns como as de melhor desempenho ambiental entre todas as possibilidades de transporte de compras de supermercado, mesmo incluindo aquelas sacolas biodegradáveis.

Portal AgroValor: Qual a diferença que há entre as sacolas comuns e a biodegradáveis?
Bahiense: A biodegradação seduz muito a população. Mas muitos não sabem o que é essa biodegradação, que é uma matéria que pode ser feita do amido de milho, por exemplo, como também de qualquer matéria orgânica, no qual vem um micro organismo e come ela. Como já dizia o ditado, “na natureza nada se cria, tudo se transforma”, e assim acontece. O micro organismo depois de comer, o organismo dele processa e emite gases, que são o CO² ou o metano, que são os gases causadores do efeito estufa. Então, muitos pensam: “a sacola biodegradável some em 180 dias”, que é verdade, mas ela causa uma poluição, que é invisível à população. As sacolas biodegradáveis para não causarem esses males teriam que ser levadas para uma usina de compostagem, que não existe aqui no Brasil.

Portal AgroValor: As sacolas de supermercados são as mais utilizadas para por o lixo doméstico? Qual fim essas sacolas têm quando vão ao aterro sanitário?
Bahiense: Nós encomendamos, em 2011, uma pesquisa pelo Datafolha [instituto de pesquisas pertencente ao Grupo Folha] que mostra que quase 90% da população brasileira reutilizam as sacolas plásticas, e o principal reuso delas é para pôr o lixo.
Olha, eu tenho dois tipos de lixo, o seco (reciclável) e o úmido (orgânico). A sacolinha que eu coloquei o material reciclável também será reciclada, mas a que eu coloquei o material orgânico (não-reciclável) não será, pois ela irá confinar o lixo para ir ao aterro sanitário, realizando um trabalho técnico. Esse trabalho é de isolar o lixo, que está dentro dela, do meio ambiente, para evitar que o chorume do lixo - que é a água de chuva que cai em cima do aterro e faz a lavagem do aterro virando aquele líquido preto, que tem uma alta carga poluente - atinja o solo e o lençol freático. Só para entendermos, um aterro sanitário, da forma que realmente tem que ser feito, não são aqueles lixões que existem por aí, é um lugar onde se deve cavar um buraco e colocar uma manta de plástico, pode ser o polietileno ou o próprio pvc, para evitar que o chorume do lixo atinja o solo e o lençol freático. Esse chorume é coletado e vai para uma outra “piscina” de chorume, também forrada com polietileno ou pvc. Quando acaba a vida útil do aterro, eu venho com uma outra manta por cima, forro ele e fica como se eu tivesse uma grande sacola, um sacolão. Em milhões de anos aquilo vai virar petróleo, já que o petróleo é carbono, e 60% do que tem no aterro é resto de comida.
Voltando para a nossa casa, aquele saquinho que temos com material orgânico futuramente vai estar no aterro, cumprindo um papel. Essa sacola não tem que ser reciclada, pois ela tem a sua função, que é de suma importância.

Veja o que é sustentabilidade na visão de Miguel Bahiense

A sustentabilidade é um tripé. Qualquer tripé para se sustentar precisa que os três pés estejam do mesmo tamanho e tenham a mesma importância. Esse tripé tem que ser social, ambiental e econômico. As pessoas acham que se não for verde não é sustentável, mas não é isso, o produto pode ser verde e barato, mas causa um impacto social sério, daí temos que lembrar do tripé. Então, nenhum desses aspectos pode ter mais importância do que o outro, dentro do que se define como sustentável. Os três itens têm que sobreviver. Se eu tenho um produto e eu digo que ele é sustentável ele tem que me dar uma vantagem econômica, socialmente responsável e ambientalmente correta.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Esclareça suas dúvidas sobre sacolas plásticas

O jornal Diário de S.Paulo publicou hoje uma esclarecedora matéria sobre o fim das sacolas plásticas no comércio de São Paulo. Para quem não está acompanhando o assunto, vale lembrar que as sacolas não foram proibidas por lei, o que existe é um acordo voluntário dos supermercadistas, para que deixem de oferecer as sacolinhas aos clientes à partir de 25 de janeiro.
Veja as questões abaixo, e dê sua opinião!

DIREITO ÀS SACOLINHAS
Os supermercadistas de todo o país gastam por ano R$ 500 milhões com a compra das sacolas plásticas. Esse custo está embutido no preço dos produtos e, portanto, os consumidores têm direito as sacolinhas.

PREJUÍZO AO CONSUMIDOR
Sem a distribuição das sacolinhas, os consumidores serão obrigados a pagar de R$ 0,19 a R$ 0,25 por sacolinha biodegradável e terão de comprar saco de lixo, pois não vão mais usar as sacolas tradicionais para esse fim.

SACOLA PLÁSTICA POLUI?
A sacola plástica representa 0,2% do resíduo sólido urbano coletado no país. Esse percentual não pode ser considerado um agente poluidor.

A SACOLA REUTILIZÁVEL, É UMA ALTERNATIVA?
Também não! As sacolas não são produzidas no Brasil. São importadas do Vietnã, China e Taiwan, onde a mão de obra é de baixo custo para as empresas.

QUAIS AS VANTAGENS DA SUBSTITUIÇÃO DAS SACOLAS?
Nenhuma, a indústria de plástico flexível vai perder 30 mil postos de trabalho em todo o país, 6 mil só no estado de São Paulo.

SACOLA BIODEGRADÁVEL É A SOLUÇÃO?

Não, por três motivos: primeiro porque a matéria-prima para produzir a biodegradável é importada e o que chega ao Brasil não é suficiente para atender a demanda de sacolinhas. Segundo porque a sacola biodegradável só se decompõe em usina de compostagem, que não existe no Brasil, e terceiro porque o material utilizado nas biodegradáveis não pode ser reciclado.

Fonte: Abief (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis) e Plastivida (Instituto Socioambiental dos Plásticos).

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Leia e opine!

O assunto é sério: Como sabem, a lei que proibia a distribuição de sacolas plásticas no comércio de São Paulo foi suspensa, mas, as grandes redes de supermercados firmaram um acordo voluntário para não distribuir.

Queremos apenas destacar que:

- o preço da sacola plástica está embutido nos produtos - com o banimento, o consumidor pagará por algo que não vai usar.

- banir as sacolas plásticas é incentivar o uso de alternativas prejudiciais ao meio ambiente. Estudo inglês mostra que as sacolinhas são mais sustentáveis que as retornáveis, de papel e etc... - http://migre.me/7vihH

- sacolas retornáveis e caixas de papelão são uma ameaça à saúde pública - http://migre.me/7vidE

- O Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (IDECON) declara que tal acordo fere o direito do consumidor - http://migre.me/7viBk

Compartilhe essas informações com seus amigos e EXIJA sacolas plásticas!!!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Consumidora contra o banimento das sacolas plasticas

Ouça a opinião de uma consumidora no Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, sobre o fim das sacolas Plásticas nos supermercados de São Paulo - http://migre.me/7tCO6

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Programa da Rádio Bandeirantes debate sobre sacolas plásticas

Debate sobre o fim das sacolas plásticas chega à conclusão de benefício aos supermercadistas e prejuízo aos consumidores.
Ouça - http://migre.me/7sO26

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Folha de S.Paulo publica coluna de opinião favorável às sacolas plásticas

Foi com preocupação que a Plastivida tomou conhecimento da reportagem "A vida sem sacola plástica" ("Mercado", 28/12). O texto diz que se consomem 135,9 bilhões de sacolas no Brasil e que o setor fatura R$ 1,1 bilhão. Esses números não são verídicos. Em 2010, as indústrias de sacolas plásticas faturaram R$ 550 milhões. Com custo médio de R$ 0,035, verificamos que o país consome 15,5 bilhões de sacolas.

A reportagem também afirma que o Pão de Açúcar, o Walmart e o Carrefour reduzirão, em um ano, cerca de 20,4 bilhões de sacolas em São Paulo. O Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas levantou que, em 2007, os supermercadistas do Brasil todo consumiram 17,9 bilhões de sacolas.

O texto cita 300 usinas de compostagem. A informação que temos é a de que inexistem usinas de compostagem em prefeituras capazes de processar o lixo de um município.
Outro erro é quanto ao tamanho da sacola. Uma sacola comum, segundo a ABNT, tem tamanho de 40 cm x 50 cm.

Miguel Bahiense, presidente da Plastivida (Instituto Socioambiental dos Plásticos) e do INP (Instituto Nacional do Plástico) - São Paulo/SP.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Revista In: Estudo aponta que caixas e sacolas de pano são mais vulneráveis à contaminação

Um estudo realizado pela Microbiotécnica, empresa especializada em higiene ambiental com 25 anos de experiência, apontou que as caixas de papelão usadas, disponibilizadas pelos supermercados, e as sacolas de pano, trazidas de casa pelo consumidor, possuem alto grau de contaminação podendo prejudicar a saúde da população.

A análise comprovou que, em relação às sacolas plásticas, ambas as opções apresentam maior carga microbiana - as caixas de papelão cerca de oito vezes mais para bactérias e 12 vezes mais para fungos, e as sacolas de pano possuem risco quatro vezes superior para bactérias e cinco vezes para fungos.

Nas sacolas plásticas não foi encontrada a presença de coliformes totais, coliformes fecais nem E.coli (Escherichia coli), enquanto em 58% das sacolas de pano havia a presença de coliformes totais. Já nas amostras de caixa de papelão, 80% apresentavam coliformes totais, 62% coliformes fecais e 56% E.coli.

O campo de estudo abrangeu supermercados de todas as regiões da cidade de São Paulo com a seguinte sistemática: O Bureau Veritas coletou 50 amostras de cada tipo de embalagens (sacolas plásticas, caixas de papelão usadas e sacolas de pano). As sacolas de pano foram obtidas junto aos consumidores para garantir que já tinham sido utilizadas. As amostras de sacolas plásticas e caixas de papelão usadas foram coletadas nos caixas, onde ficam à disposição dos consumidores, e encaminhadas ao laboratório para análise.

Via: Revista In - http://migre.me/7q9zk