quarta-feira, 11 de julho de 2012

Rio Grande do Sul mantém sacolas plásticas no varejo

Ao contrário do que ocorre em São Paulo, o governo e o varejo gaúchos firmam acordo para incentivar o uso consciente das embalagens que prevê a redução de 300 milhões de sacolinhas em seis meses.
Enquanto a briga em torno da distribuição das sacolinhas plásticas nos supermercados do Estado de São Paulo continua na Justiça, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), publicou, no último dia 2 de julho, decreto que regulamenta uma lei aprovada em 2009 para o fornecimento dessas embalagens no comércio gaúcho.
No mesmo dia, a Agas (Associação Gaúcha de Supermercados), o MP-RS (Ministério Público do RS), a Fecomercio-RS (Federação do Comércio de Bens e de Serviços do RS), o Procon RS e outras entidades, assinaram um termo de cooperação, que dá início à campanha Sacola Bem Utilizada Ajuda o Meio Ambiente. O objetivo é reduzirem 20% o consumo de sacolinhas no varejo gaúcho em seis meses, o que significa a economia de 300 milhões de unidades.
Para atingir a meta, o decreto determina que as sacolinhas tenham espessura mínima de 0,027 milímetros e selo indicando quantos quilos a sacola suporta. Segundo a Agas, 65% das embalagens saem dos caixas sem ter a capacidade total utilizada. Apenas 13% dos gaúchos levam sacolas extras, mas esse comportamento deve mudar com o uso de embalagens mais resistentes.
"Em 2011, uma pesquisa apontou que 81% dos gaúchos eram contrários ao fim imediato das sacolinhas", disse o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo. Ele considera válida a intenção da Apas (Associação Paulista de Supermercados) de eliminar as embalagens do varejo paulista.
Longo admite, porém, que se a mesma medida fosse adotada no Rio Grande do Sul, cada família gaúcha seria onerada em R$ 15 mensais para comprar sacos de lixo. Na prática, estaríamos transferindo a conta paia o consumidor, sem qualquer beneficio ao meio ambiente", diz.
Atualmente, os supermercados gaúchos gastam R$ 190 milhões para a aquisição de 1,5 bilhão de sacolas por ano. As medidas são válidas para o comércio que tenha a partir de quatro caixas em operação. Os estabelecimentos têm prazo de 180 dias para se adequar às regras.
São Paulo - O departamento jurídico da Apas está analisando a ação movida pela SOS Consumidor e as razões que levaram à concessão da liminar que determinou a volta das sacolas ao comércio paulista. A entidade não pretende voltar atrás na decisão de eliminar as sacolas dos super mercados e, depois da análise do processo, vai recorrer na Justiça.
Funcionários de supermercado orientam clientes
Desde 2009, quando começou a participar do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, as 47 lojas da rede de supermercados Rissul, no Rio Grande do Sul, conseguiram reduzir o uso das embalagens plásticas. Na loja do Canoas Shopping, somente no último mês houve redução de 10% no uso das sacolas, segundo o gerente, Paulo César de Lima.
O programa é uma parceria do INP (Instituto Nacional do Plástico), da Plastivida (Instituto Socioambiental dos Plásticos) e da Abief (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis) com o objetivo de treinar os lojistas para o uso correto das embalagens.
Os supermercados devem utilizar sacolas feitas de acordo com as normas da ABNT. "Alguns clientes até trazem a sacola de volta na próxima compra", conta Lima. O aprendiz Leandro Thiel. 17 anos, tem a função de multiplicador. Ele orienta os clientes sobre o uso das embalagens. Tem gente que pede mais de uma sacola para colocar um produto. Nesses casos, eu falo que a nossa embalagem suporta 6 quilos, é resistente e não precisa de outra.

Via: Diário de S.Paulo

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