quarta-feira, 5 de outubro de 2011

De vilã à salvadora

Nos últimos anos, o tema do meio ambiente entrou definitivamente na agenda dos gestores públicos. Muitos governantes tem enfrentando o desafio de implementar políticas que garantam o desenvolvimento econômico e sejam sustentáveis. Nessa hora, não é difícil aparecerem soluções milagrosas que, prometendo muito, seduzem os desavisados. Banir o uso de sacolas plásticas nos supermercados é o debate da vez. A idéia é deixar de oferecer as sacolinhas aos clientes, substituindo-as por outros materiais que, claro, serão cobrados, como embalagens retornáveis. A conta, mais uma vez, vai ficar para os consumidores. O lucro, para os supermecadistas. 

É certo que hoje há uso incorreto dessas sacolinhas.  A solução, no entanto, é investir em Educação, na conscientização das pessoas sobre o uso responsável desse tipo de material. Afinal, as sacolinhas já se tornaram parte da vida de todos, seja para uso nos supermercados ou em casa, para acondicionar o lixo. Não são desprezíveis, também, os empregos que seriam perdidos caso as sacolinhas fossem banidas. A indústria petrolífera e a petroquímica, que fornece a matéria-prima para sua produção, seriam as mais atingidas, mas não as únicas. Com o objetivo de implementar essa política de conscientização, saindo da teoria e indo para a prática, São Bernardo está instalando a Escola de Consumo Responsável. Entre muitas outras ações, essa escola, que funcionará virtualmente, vai levar à população orientações e capacitação sobre consumo consciente, uso racional dos recursos e descarte correto de sacolas plásticas e de outros materiais.

Outra iniciativa inovadora no sentido de dar destinação final às sacolinhas é o Sistema Integrado de Manejo e Gestão de Resíduos, que prevê a implementação de Sistema de Processamento e Aproveitamento de Resíduos e Unidade de Recuperação de Energia – usina de geração de energia a partir do lixo.  Nesse caso, as sacolinhas serviriam como matéria-prima para a usina, ou seja, o ciclo de produção e reciclagem desse material estaria fechado em São Bernardo. Com isso, a cidade torna-se o primeiro município a se enquadrar na Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída em 2010. Os problemas ambientais devem ser enfrentados com medidas objetivas, apontando alternativas viáveis que não gerem ônus para o cidadão e nem risco de desemprego. É nesse sentido que estamos trabalhando para que nossa cidade seja mais agradável e com mais qualidade de vida para seus cidadãos.  

Artigo de Luíz Marinho - Prefeito de São Bernardo do Campo/SP.
Publicado no Diário do Grande ABC em 4/9/2011.

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