terça-feira, 10 de maio de 2011

Posicionamento da Indústria frente ao acordo Apas e Governo do Estado de São Paulo

• O Governo de São Paulo e a Associação Paulista de Supermercados (Apas) anunciaram um acordo com vistas ao banimento de sacolas plásticas no Estado até o final do ano. Segundo o anúncio, os supermercados deixarão de distribuir estas sacolas. No lugar, irão vender sacolas plásticas feitas de material biodegradável a R$ 0,19 e sacolas retornáveis (ráfia, algodão etc.). Também se comprometerão a disponibilizar caixas de papelão usadas.

• As sacolas plásticas são apontadas incorretamente como sendo causadoras de impacto ambiental, quando na verdade o problema não reside nelas e sim no desperdício e no descarte incorreto de uma parte das sacolas.

• Por isso, defendemos que o consumidor não seja penalizado desnecessariamente com cobranças extras pelas sacolas.

• Defendemos a livre escolha do consumidor sobre a melhor embalagem para cada finalidade.

• Defendemos o combate ao desperdício a partir da educação: conscientização sobre o uso correto, reutilização e descarte responsável dos plásticos.

• A sacola plástica é reutilizada pelo consumidor para acondicionar o lixo doméstico, assim como para outros tantos usos, o que representa higiene, economia e atitude ambientalmente responsável. Na falta dessa embalagem, o consumidor deverá comprar sacos de lixo? Embalar o lixo em plástico é uma recomendação dos órgãos de saúde do país, para que se evitem contaminações.

• Não há alternativas consistentes para substituir as sacolas plásticas. Econômicas, duráveis, resistentes, práticas, higiênicas e inertes, são reutilizáveis e 100% recicláveis. Pesquisa do Ibope confirma que 100% das sacolas plásticas são reutilizadas como saco de lixo, 71% constituem as embalagens preferidas da população para transportar suas compras e 75% das donas de casa são a favor do seu fornecimento pelo varejo.

• O casamento das sacolas plásticas com a preservação do meio ambiente pode ser observado no estudo encomendado pelo governo britânico sobre o impacto ambiental de diversos tipos de sacolas de supermercado. Este estudo mostrou que a sacolinha de plástico tem melhor desempenho ambiental em 8 das 9 categorias Avaliadas. Outro importante dado é que ela apresenta a menor geração de CO2 em seu processo produtivo, além de consumir menor quantidade de matéria-prima frente às outras opções.

• Assim, o Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas foi desenvolvido pela Plastivida, Instituto Nacional do Plástico (INP) e Associação Brasileira da indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), para envolver indústria, varejo e população na questão da responsabilidade. O Programa parte do princípio que é direito do consumidor escolher a melhor embalagem para carregar suas compras.

• O resultado dessa iniciativa tem sido notório: 4 bilhões de sacolas plásticas deixaram de ser consumidas de 2007 a 2010. Mesmo o Ministério do Meio Ambiente (MMA) acaba por reconhecer em seus números de redução do desperdício das sacolinhas que a maior parte dela foi obtida pelo nosso Programa: inovador, consistente e equilibrado.

• Presente em oito capitais (São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Goiânia, Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Florianópolis), o Programa segue em 2011 com o objetivo de alcançar e até mesmo ultrapassar a marca dos 30% de redução no uso de sacolas plásticas, marca que já foi ultrapassada, por exemplo, pelo Pão de Açúcar, com a implantação do Programa em suas lojas no Brasil.

• As entidades também lançaram em 2010 a Escola de Consumo Responsável, um projeto itinerante que tem levado os conceitos de uso responsável e descarte adequado dessas embalagens para todo o País.

• Perguntamos: deveríamos banir as sacolas ou promover ações em favor de seu uso responsável? Imagine se baníssemos tudo o que é moderno e que ao mesmo tempo tenha algum impacto ambiental. Voltaríamos aos primórdios, com baixa qualidade e baixa expectativa de vida e com epidemias que, atualmente, só fazem parte dos livros de história e total falta de higiene no contato com os alimentos.

• Na sociedade contemporânea, a melhor forma de usufruir dos benefícios (conforto, praticidade, economia, segurança e qualidade de vida) a que todos temos direito é utilizar este ou qualquer outro produto de forma responsável, o que significa aplicar o conceito ambiental, reconhecido internacionalmente, dos 3R's: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

• No caso das sacolas plásticas isso é possível quando estas são feitas com a qualidade exigida pela Norma Técnica ABNT NBR-14937. Sacolas mais resistentes inibem a prática de se colocar uma sacola dentro da outra para transportar produtos mais pesados ou utilizar somente a metade de sua capacidade.

• Essas sacolas mais resistentes também podem ser reutilizadas mais vezes em diversas aplicações como para guardar roupas, transportar objetos, guarda-chuvas, embalar todo tipo de produto, entre muitas outras. Ao final de sua vida útil, a destinação adequada das sacolas para a reciclagem ou para embalar o lixo doméstico - fator primordial para saúde pública - garante que elas não serão encontradas no meio ambiente.

• Quando se fala em preservação ambiental e consumo responsável, não se trata de uma ação isolada. Além da redução no desperdício e da reutilização, também abordamos a coleta seletiva e a reciclagem (mecânica e energética).

• A palavra biodegradável é sedutora – dá a entender que o plástico poderia ser descartado de qualquer forma que acabaria sumindo – o que não é verdade e deseduca a população. Ele não se biodegradará, pois no Brasil não existem usinas de compostagem.

• A biodegradabilidade também compromete irremediavelmente a reciclagem dos plásticos convencionais. Para que isso não aconteça, na hora do descarte, os plásticos biodegradáveis devem ser separados dos convencionais. Portanto, reforçamos que sem a educação da população a questão da preservação ambiental fica comprometida.

• A sacola plástica é 100% reciclável e, quando feita dentro de norma, mais resistente, pode e deve ser reutilizada – até mesmo para novas compras em supermercado - sem onerar o consumidor.

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